WALL-E, lançado em 2008 pela Pixar, é mais que uma simples animação. O filme narra a jornada de um pequeno robô compactador de lixo em uma Terra abandonada no ano 2805.
Misturando crítica ambiental, romance robótico e uma visão alarmante sobre consumismo, a obra conquistou público e crítica ao apresentar uma história praticamente sem diálogos, mas repleta de emoção e reflexões importantes.
A Terra no ano 2805: um planeta coberto de lixo

No futuro distante retratado em WALL-E, nosso planeta se transformou em um imenso depósito de lixo, resultado de décadas de consumismo desenfreado promovido pela megacorporação Buy-n-Large (BnL). A atmosfera tornou-se tóxica e inabitável, forçando a humanidade a evacuar a Terra por volta do ano 2110.
O plano original era um afastamento temporário de apenas cinco anos, enquanto robôs compactadores de lixo, os WALL-E (Waste Allocation Load Lifters – Earth class), trabalhariam na limpeza do planeta. No entanto, esse período se estendeu por aproximadamente 700 anos, com a humanidade vivendo na gigantesca nave espacial Axiom.
O último robô e o desenvolvimento de consciência

No início do filme, apenas um único robô WALL-E continua em funcionamento, tendo desenvolvido personalidade própria ao longo de séculos de isolamento. Ele coleciona objetos curiosos encontrados durante seu trabalho, como um cubo mágico e um aparelho de vídeo onde assiste repetidamente ao filme “Hello, Dolly!”.
Sua única companhia é uma barata de estimação, até que sua rotina solitária é interrompida por uma descoberta extraordinária: uma pequena planta crescendo em meio ao lixo.
A chegada de EVA e o início da aventura

A descoberta da planta coincide com a chegada de EVA (Examinadora de Vegetação Alienígena), um robô tecnologicamente avançado enviado pela Axiom para verificar se há sinais de vida na Terra. WALL-E se apaixona imediatamente por EVA, que inicialmente se mostra distante e focada apenas em sua missão.
Quando EVA encontra a planta que WALL-E guardou, ela a armazena dentro de si e entra em modo de espera, enviando um sinal para ser recolhida. Determinado a não perder sua nova amiga, WALL-E se agarra à nave que vem buscar EVA, iniciando uma jornada que o leva até a Axiom.
A humanidade na Axiom: dependência e alienação

Ao chegar na Axiom, WALL-E descobre como a humanidade se transformou após séculos no espaço. Os humanos se tornaram extremamente obesos, com ossos enfraquecidos devido à microgravidade e totalmente dependentes da tecnologia.
Eles passam seus dias em cadeiras flutuantes, com telas holográficas à frente, sem interagir diretamente uns com os outros, completamente alienados do mundo real.
A nave é controlada por Auto, um piloto automático robótico que recebeu a diretriz secreta de nunca retornar à Terra, pois esta foi considerada inabitável permanentemente. O capitão da nave, que faz pouco além de seguir a rotina, começa a se interessar pela possibilidade de voltar ao planeta após descobrir a planta trazida por EVA.
A luta pelo retorno à Terra

A parte final do filme mostra a luta de WALL-E, EVA e o capitão contra Auto, que tenta impedir o retorno da humanidade à Terra. Durante essa batalha, WALL-E é gravemente danificado ao tentar colocar a planta no “holodetector” que acionaria o retorno automático da nave à Terra.
Após vencerem Auto e retornarem ao planeta, EVA conserta WALL-E, mas inicialmente ele parece ter perdido sua personalidade e memórias, revertendo à programação original. No entanto, um “beijo” elétrico de EVA restaura sua consciência.
O legado e mensagem de WALL-E
WALL-E foi aclamado pela crítica especializada e conquistou diversos prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Filme de Animação. A obra é reconhecida não apenas por sua animação excepcional, mas pela forma como aborda temas complexos como consumismo, responsabilidade ambiental, dependência tecnológica e a importância das conexões emocionais.
O filme se destaca também por sua coragem narrativa, com menos de 30 minutos de diálogo em 97 minutos de duração. A comunicação entre os personagens robóticos ocorre principalmente através de linguagem corporal e sons criados pelo lendário designer de som Ben Burtt.
E você, o que mais te impressionou na história de WALL-E? Acredita que estamos caminhando para um futuro semelhante ao retratado no filme ou ainda há tempo para mudarmos nossa relação com o planeta? Compartilhe sua opinião nos comentários!