A gigante francesa Ubisoft está no centro de uma polémica que levanta questões importantes sobre a propriedade de jogos digitais. Em resposta a um processo coletivo sobre o encerramento do jogo The Crew, a empresa argumenta que os jogadores não têm direito de reclamar, pois nunca foram realmente donos do produto que compraram.
A defesa da Ubisoft

Os advogados da Ubisoft responderam ao processo coletivo iniciado em novembro de 2024, afirmando que sempre foi claro para os consumidores que eles não possuíam o jogo em si. De acordo com a empresa, a embalagem do jogo indicava claramente que The Crew exigia conexão com internet e que a Ubisoft mantinha o direito de revogar acesso a recursos online com aviso prévio de 30 dias.
“Depois de fazerem suas compras, os autores do processo aproveitaram o acesso ao The Crew por anos antes da Ubisoft decidir, no final de 2023, desligar os servidores do jogo de dez anos de idade”, argumenta o advogado da empresa, Steven A. Marenberg. “Os autores receberam o benefício pelo qual pagaram e não podem reclamar agora que foram enganados simplesmente porque a Ubisoft não criou uma versão offline do jogo descontinuado.”
Em contrapartida, os jogadores Matthew Cassell e Alan Liu, que iniciaram o processo, apresentaram uma queixa modificada em 18 de março. Eles argumentam que o código de ativação incluído na versão física do jogo, com validade até 2099, sugeria que o pacote completo permaneceria jogável até essa data.
Outro ponto levantado pelos autores do processo é que a moeda virtual de The Crew poderia ser considerada como venda de vale-presente, que por lei na Califórnia, onde o processo foi aberto, não pode expirar.
Esta disputa judicial acontece em paralelo à campanha “Stop Killing Games” (Parem de Matar Jogos), um movimento mais amplo de direitos do consumidor inspirado justamente pelo fim de The Crew. O grupo busca criar leis que obriguem as desenvolvedoras a lançar patches para jogos exclusivamente online após o encerramento do suporte oficial.
Como resultado dessa pressão, a Ubisoft já adicionou modos offline para The Crew 2 e The Crew Motorfest, mas não para o jogo original que deu início a toda essa polêmica.
E você, o que pensa sobre este caso? Acredita que compradores de jogos digitais deveriam ter garantias de acesso permanente ou concorda que empresas têm o direito de encerrar serviços online? Deixe nos comentários.